entre a ação e o arrependimento
o remédio: pensamento
impulsos doídos na carne tesa
olhares reprimidos em pupilas espessas
solilóquio intermitente em
o s variantes
n a
d
binárias sinapses rasgam o cérebro
rastilhos de luz, de raios
faca que risca o chão mórbido das cogitações
império solitário de um eu aprisionado
a pregar nas paredes, nos desertos
zíper, casulo, tremor
veia cravada pela fina lâmina do torpor inesperado
os olhos passeiam pelos contornos dos outros
danças ensimesmadas de convenções
e ali, enxergamos o futuro
na impossibilidade do pretérito
na probabilidade do porvir
na imprevisibilidade dos cheiros
dos álcoois
desenha, flamba a pele
colore, mistura na boca rasgada as cores monstruosas
da transgressão.