estrangeiras as línguas
pretensiosamente infinitas
turbilhões de mares inéditos
furtivos quadros negros de solidão
a noite absorta de lágrima
apaga o cigarro
enche a brasa da carne dura
tensão escolástica do corvo vil
espólio sorumbático da vida pregressa
lugar, espírito, olhos
acho-me na jovialidade do próximo
alimento-me voraz da energia ausente
chamo para dançar, menina inclemente
bailar a vida, sair das notas triviais
entregar
o corpo
neurônios embarcam no novelo idiomático
nadam no lodo das armadilhas perfumadas
flores sobre a mesa, amarelas, brancas
vinho gelado escorre, sua nervoso
lugar, lugares, cafés
a imaterialidade do futuro
tempo em curvas expressas
sangue finalmente nas veias
vida.