Arquivo do mês: setembro 2013
piano
desejei-te primeiro, em todo meu sempre ouvir das tuas câmaras os ecos e temores dedilhar em teu corpo a partitura, desamores admirar teu brilho como quem resigna e consente: como poderia, entre tuas curvas, haver lógica tão evidente? matematizar os … Continuar lendo
quanto arde a impossibilidade de tocar-te desaparecer neste semblante de ternura ouvir no mais profundo silêncio a aurora revolver-me nos oceanos densos de teus beijos assim passas – e me iludes a mim escraviza: quanto cativa! anda feito sopro entre … Continuar lendo
oriental
concedam-me a permissão, cortinas negras da noite de vagar livre nas estranhas vielas do mistério a seguir os passantes em solilóquio contemplar as colunas infindas de mármore observar o líquido caldo portuário sob as réstias dos faróis persegui-la sem que … Continuar lendo
Eram impossíveis as gotas de chuva que saltavam do nada para a morte naqueles eternos segundos. Esta mania de viver-me fora do corpo rende visões que marcam às vezes. O asfalto mal-acabado reflete como espelho quebrado as luzes fracas do … Continuar lendo
almoço de sexta
Almoços às sextas correm o risco de serem amargos. Havia um ar denso, poluído e carregado de sol. Uma multidão às mesas devorava o arroz-com-feijão de suas vidas. Mastigavam ansiosas pela gelatina de sobremesa. Arrastavam-se os assentos de madeira, um … Continuar lendo
tipos
Não há local mais apropriado para a angústia matinal. O tubo desloca-se feito lebre no subterrâneo, a carregar nossos subsolos mais particulares. O numeroso rebanho e a impossibilidade da fuga perturbam e, ao mesmo tempo, expandem o desejo de fuga. … Continuar lendo