quanto arde a impossibilidade de tocar-te
desaparecer neste semblante de ternura
ouvir no mais profundo silêncio a aurora
revolver-me nos oceanos densos de teus beijos
assim passas – e me iludes
a mim escraviza: quanto cativa!
anda feito sopro entre as rochas
sublima intensa em minhas notas
o não ver-te ao enxergar
reter o imponderável pelas unhas
ouvir desaparecer teus passos, lenta
no fio azul das fronteiras
teus dedos longos abraçam copos
voam livres, tal pássaros
gesticulam: o ar desenham
contornam o esquecimento
invisível
por que demoras, tão fugidia
e se esvai, quando rompida
desafiada: desaparecida
a maciez, o tato, o pesar
a palidez da distância crescente
o arder da sinuosa trilha
o ruído feroz do crepúsculo
clamo, aos brados mínimos, por teus olhos
na amplitude do desconhecido
a explorar o mágico proibido
e a censura estrangeira do senão
rasgo os tecidos da tua moda
inspiro a viuvez dos teus anseios
sorrio diante da súplica tardia
espanto o amargor do amanhecer
o nostálgico ungir do tempo
espelha o desespero do porvir.
Você escreve muito bem! Parabéns, esta lindo, maravilhoso ^^
Obrigado, muito gentil.
Não tem pelo que agradecer ^^