ângulos retos
teus quarteirões
ambulam os cantantes, sorrateiros
e os senões
tuas curvas retas
e os galpões
sussurram baixo
feito batalhões
beijam açúcar
e de café
molham os dentes
turvos da mulher
nuvens esparsas
calor tão frio
espalham flamas
pelo desvario
terror-silêncio
ruas febris
largos ponteiros
demoram mil abris
as novidades agarram
os teus braços
as cores desafiam
o torpor de aço
os letreiros
em dezenas
quarentenas
petiscos de multidão
pastores, poetas
demônios, espelhos
chás de toda sorte
raízes travam tornozelos
sussurros
arrepiam
os pelos
selva, luzes, quadros
museu de silêncios
que descola
decola
dista
em minutos
evapora
mas teima
namora
implora
a volta.