Arquivo do mês: março 2014
batom vermelho
em meio à profusão de cores, desejos, sons e minúcias, o que mais se apresentava didaticamente para meus olhos era o batom. vermelho. não era exatamente da cor-clichê; por essa razão, talvez, despertou a atenção. minto. os lábios encarnados viraram … Continuar lendo
olhos
quanto dos teus passos poderia ter seguido enquanto, na mudez do desespero espero compasso qualquer janela: paisagem nova telhados aglomerados, profusão de cinzas nublados espectros numerosos, cabisbaixos um lá e cá de vazios solilóquios são tantos os novos bairros de … Continuar lendo
bar.
delicio-me com mais este gole. são tantos acumulados sob o pérfido néon desta redoma. meu psicanalista fugaz observa-me com a angústia que, no fundo, eu deveria ter. a incerteza sobre minhas respostas incomoda, assim como a imprecisão das poucas frases … Continuar lendo
dentro
Ofusca-me a junção sol-areia branca-céu meridional. Perfume de vida mais lenta. As rugas dos que aqui residem são sorrisos do tempo, ao contrário das cicatrizes sangrentas da opaca-cidade. De rubros, apenas os calores que vejo no rosto contorcido. Do lado … Continuar lendo
desenho
a coragem de apontar o lápis aprontar a folha única, branca, enquanto começa a chover. encerrar os barulhos de dentro fora concentrar o olhar pronto ordenar os músculos em marcha sentar na posição correta da contemplação. o cuidado de esticar … Continuar lendo
liberdade
entre no entre no meio do ventre dos lábios das pernas das portas das margens dos sinais dos períodos do abismo do hiato do tempo do olfato do silêncio da reação da noite do alvo das lâminas das páginas. antes … Continuar lendo
atrás da janela
atrás da janela, observo. sem ser visto. vigiado. entre um trago e outro. um segundo e mais algum. abaixo da espessura unida das nuvens. sob o cinza, sol ensimesmado. alternados, os blocos: setentões quadrados, neoclássicos emergentes, rubros telhados. sobrados. pratas … Continuar lendo