rota
num amplexo desconexo
marota
latinidade flanante
imperdoável
cheira a café
a vertigem dos teus seios
suburbanos
linhas cruzadas e perdidas
os fios da tua pele, enovelados
com barrocas estruturas e bailados
um sussurro esparramado na distância
idiomas difusos em mosaico
teu palco malcheiroso, centro velho
sensual em passos-desafios
teu sumir e emergir
é tão aflito
nucas geladas à espreita das luzes
o púrpura da boca em vinhos tintos
torpor do sangue descoberto
adormecer em camas vis
rabisco com punhais deselegantes
e violência faminta, desonesta
arranho tua pele, soberana
decifro teus diários analógicos
exploro os riscos da culinária
profana
bebemos, antípodas, do medo
lançamo-nos – coragem! – em conta-gotas
sonhamos tão inconfessáveis
desencontros providenciais
oculta na multidão dispersa
reluz, à razão inversa
mil cores espalhadas num amanhecer
palavras ocultas
sem mapas
um perder-se
vulcânicas frases irônicas
insônia pululante, desafio
estúpido silêncio na calçada
à revelia do amor
desesperada
dá-me tua parte, sendo pouca
heroica tentativa
devorar
os centímetros errantes
teu caminhar.