míopes contornos
borram a
porra
da noite
são vícios e vinhos espantados
pelas adolescentes manias
estranhas
vestidas em casacos de couro
radicalmente petulantes
é noite: desconhecida
o caminho de volta, incógnita
sei do balé de seus olhos: outrora
escapa-me entre os dedos
memória
deletérias
ébrias
liquefeitas no arroxear de lábios
são línguas
contidas
expressas, sumidas
um calar das presas algemadas
embebidas na espessa saliva da fome
escapa-me, felina turva
encontra-me, após a curva
escorra-me, na fresta escura
espanta-me – de qualquer agrura.