à luz âmbar, divã:
examino-me na fronteira mundo-carne – espanto.
das substâncias fluentes
textos e beijos: lamentos.
brisas noturnas ceifam o querer
aplacam em sordidez pura
qualquer dizer
perder-se nos vãos barrocos da memória,
saída provável
sonhar a dissolução da alma
pecado.
refletir, explorar os avessos
retroceder
à ré dos erros
tocar, sem medo, os dedos
do equívoco
ressurgir.
esculpir o tempo como quimera
flertar com a barbárie
para, então, civilizar-me
virar a página para trás
banhar-me de histórias já contadas
para outras revirar
ao fundo do delírio
há um par de lábios
que me mandam
calar.