ah, no úmido recôndito ouço um brado
a profundidade da brancura pueril
espanta-me em olhar arrebatado
comprime o peito em devaneio febril
espalhado na alcova, sussurro: pecado
de meus pensamentos, jorra-te líquido vil
arranca da minha pele o medo inacabado
cioso por consumar-se em tom viril
silêncios ecoam em disparate!
transparências das curvas murmurantes
desferem em minha carne a lâmina do abate
ainda que o desprezo teu me destrate
serei em teu corpo um imigrante
dissolvido em ti, deusa escarlate