há uma gota, límpida, ensimesmada
a cruzar ares cinzas, brancos, anis
existe apenas o seu peso e, aprumada,
vislumbra o inevitável
altera pouco sua forma no trajeto:
ao lado, sibilam quedas similares
permanecem, todavia,
na retidão
dos cada quais
espalha-se na superfície
e, surpresa, desfaz-se em mil outras
multiplicadas em cacos líquidos
a dissolver os eus nos chãos
eis, repentina, a flama inesperada
esculpe corpo novo entre as águas
espalma, decidida,
cria cortina
evaporada
vida acima, acelera
dança, louca e musicada
faz das curvas a florada
da à luz viril loucura
condensada, espreme-se
torna-se corpo, novamente
trêmula, observa do alto, o todo:
precipita-se
apaixonada
mente.