gado

há um tubo
a sugar
rumo (ao) escuro

há um gado
cabisbaixo
ensimesmado
marcha lento
para o muro

há idosos
fadigados
um som alto
a tocar
vendedores
clandestinos
amores
repentinos
e olhares
fugitivos

escapismos
milimétricos
aforismos
tão poéticos
pregadores
tentam os céticos
em vão

telas tantas
dedos loucos
iluminismo
às cegas
faz do grito
sopro rouco

estações
o vaivém
cotoveladas
soçobram todos
rotina-peso
empurrões

há o caos
na próxima parada
jornada indelével
sem retrocesso
progresso-ilusão

até a volta,
ocaso.

Sobre Rodolfo Araújo

Jornalista, amante do teatro, um (des)crente (in)constante.
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