menino

Não são poucas as vezes
Em que o menino
Por trás do arbusto
Se esconde

Palpita-lhe o peito
A lâmina dúbia:
Ansiar pelo perigo
Sorrir de vida

Ficar ao relento
Enquanto cai o sereno
Agasalhar-se em longos
E sanguíneos beijos

Sentir-se em casa
No fora
Que, de tanto avesso,
É dentro
Vestido para festa

Por entre as folhas
Espiar o destino
E, num cerrar de olhos,
Embarcar

Apagar as luzes
Brincar com as sombras
Que só o breu
Faz sonhar

Pular no rio
E, na correnteza,
Ser o mar.

Sobre Rodolfo Araújo

Jornalista, amante do teatro, um (des)crente (in)constante.
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