labirinto

um sufoco comprimido
entre punhos cerrados
esfrega
no chapisco
a faísca
do rosto

desejos jamais
são impunes,
dizem os sacerdotes

quantos pregam,
praguejam, silenciam
vacilam à frente
do abismo

labirinto a soar
intransponível
um despencar gelado
infinito

grito explodido
em pranto doído
entre ontem
e o porvir

amargura em cada gole
um estar constante
num lugar outro
a driblar a quietude
e a paz renegar

as forças esmaecem
conforme passa o tempo
futuro em névoa
solilóquio tremendo
um fim cortante
em notas longas
um ocaso lento
de dor.

Sobre Rodolfo Araújo

Jornalista, amante do teatro, um (des)crente (in)constante.
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