o eclipse da chama
encharca os pantanosos dias
de preto: são noites
lambe, em faíscas e danças
todas as trilhas por onde restam
os passos
venda, cega, turva
escurece
a brasa é geral
fogem todos
feito
formigas
o caos.
o nada sopra forte
ao pé do ouvido
brada o vazio, denso,
no alarido
inúteis as caminhadas
morro abaixo
e o corpo doado à revelia
dos tempos todos
um espelho
fragmentado
nas ficções
da pele
à espera da carta
que não virá
da voz
que calará
do mentir
que cessará.