é fatal toda euforia
como um saber-se na borda final
da história
como se os tecidos
amontoados pelos corredores
despissem o tempo velozmente
na direção de um suspiro
de fim
um acelerar de luzes periféricas
em meio ao louco passo de noites
ermas: anúncio
esquinas dobradas
desconhecidas manobras
costuradas entre quarteirões inéditos:
– espera
rumo ao breu das interrogações
enovela-se profundo tremor
línguas tecem oceanos infindos
mãos fincam suas pontas
em terrenos rubros
de tão férteis
faça-se a unidade destes corpos febris
paralelos às paredes
dos becos
esmiuçados em recônditos secretos
do calar
feito gatos à espreita da tragédia
esgueiram-se em labirintos imaginários,
dançam melodias improvisadas
ao sabor abrupto dos espasmos
sabem-se amantes
nos gritos agudos
da dor intensa
e regressiva
olvidam a finitude:
moldam-se, carnais,
entregues à renúncia:
resistir jamais.