metrópole

o tempo é o corpo
cada nervura ou espaço
reto, torto
expande, contrai
sístoles-diástoles
ritmadas às curvas do olor
que passa,
maltrata

não há resposta outra
se não o breu
para que beba, fartamente
o imenso volume-volúpia
a preencher cilindricamente
boca
vazios

cômodos, todos,
exalam
memória da mobília posta
de tudo sabe
à sombra, de apoio
paredes
que ouvem

apenas o grito ecoa
faminta, fêmea, macho, louco
hipnose turbulenta
costas aradas de unhas
vertedoras de sangue
torpor

inaudível, permanece a cidade
a sós.

Sobre Rodolfo Araújo

Jornalista, amante do teatro, um (des)crente (in)constante.
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