nas mesquitas, um grito
repetido, rivaliza
com o ruído da multidão
que aflora
das tuas entranhas,
também de fora
sedentos todos
pelo caos
tecido de cimento,
as vias embolam o tráfego
dos afetos e mercadorias
fluxo de excessos:
melancolia
a umidade dos banhos
evapora o cárcere vizinho
de seres empoeirados,
estátuas vivas
mortes ambulantes
terror
és a soma de tantos hiatos,
do Bósforo às fronteiras
que antecipas
no agridoce das tuas águas
revolvidas no choque
de hemisférios
vielas que cheiram
a carne queimada:
delícia e pena.